Hotel

Este hotel é um oferecimento de Paulo Coelho.

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Um quarto de autoajuda. Putz!..

Esta semana a Patrícia viajou pra fazer uma prova de concurso e viu essa frase na parede do quarto em que se hospedou, daí pensei nessa tirinha.

Usualmente demora meses para uma ideia virar uma tirinha; eu simplesmente não consigo produzir no ritmo em que as ideias surgem. Mas neste caso eu resolvi passá-la na frente por uma razão.

A Patrícia quer ser juíza. Ela acorda todos os dias às seis e começa a estudar às seis e meia. Vai até as onze e meia, quando para pra ir pro trabalho. Depois de ficar lá do meio-dia às oito, ela ainda tem outros compromissos que comem algumas noites da semana, incluindo grupo de estudos. Nos fins de semana ela ou estuda ou tem que viajar pra vários cantos do país para fazer provas.

A magistratura é uma das carreiras mais difíceis do serviço público. O concurso é composto de quatro fases: objetiva, dissertativa, sentença e arguição oral. São pouquíssimas as vagas, e cada tribunal usa critérios os mais variados para tudo, desde a inscrição até a última fase. Some-se isso ao ego gigantesco que usualmente acomete os magistrados que compõem as bancas julgadoras, aos jogos de interesse que envolvem posições de poder e à concorrência dracônica, e o cenário fica bem desolador.

É como brigar flanqueado. Enquanto você combate a exaustão, a frustração te atinge pelas costas.

Quando ela chegou no quarto e leu essa frase, ela achou irônico, mesmo sendo uma frase tipo Augusto Cury. Então eu fiz essa outra tira pra dizer uma coisa a ela: